Disfonia

A minha voz marcada pelo cansaço de dizer tudo cala-se
Cala-se aos poucos como um dia nublado
Cala ao sol que, mesmo nascido, está enclausurado
Na constante dor que irradia
Abafado pelo lamento condensado
De um cântico morto de palavreado
Por uma voz que em si mesma agoniza
Esta voz cria do tempo emudecedor
É talvez o sinal mais amedrontador
Que toda poesia calar-se-á num qualquer dia
Como esta lacrimosa disfonia

Eustáquio Silva
Porto, 27 de Março de 2018.

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